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Frente Parlamentar em prol do Transporte Metroferroviário aprova regimento e grupos de trabalho

Prefeitura projeta levar lazer à ‘orla ferroviária’ em Campinas

Trilhos abandonados poderão ganhar parques, ciclovias e até cafés

Maria Teresa Costa || DA AGÊNCIA ANHANGUERA O novo Plano Diretor de Campinas, que deve chegar à Câmara até o final do ano, propõe mais um aproveitamento dos leitos ferroviários desativados existentes na cidade: além da preservar essas áreas para futuro sistema viário e de transporte, a Prefeitura quer também que eles recebam funções de lazer, de cultura, de esporte e de contemplação. Na prática, a Administração sugere uma reinvenção dos espaços ocupados pela orla ferroviária da cidade que implicará, inclusive, em reativar a linha do bonde que ligou Sousas a Joaquim Egídio de 1917 a 1960. Reativação da linha de bonde de Sousas também é cogitada Dois trechos de leitos desativados estão reservados para projetos de transporte. Um deles, onde circulou o VLT, terá parte utilizada como corredor do BRT e outro, da antiga Companhia Mogyana de Estradas de Ferro, será parcialmente utilizado para o Complexo Viário Guanabara-Anhumas, que propõe a ligação de vários bairros através de uma infraestrutura viária e de transporte. O Plano Diretor em elaboração indica o aproveitamento de trechos da orla ferroviária abandonada, sem previsão de utilização, com espaços públicos de lazer, que poderão conter praças, áreas esportivas, ciclovias, cafés, bibliotecas, entre outros equipamentos. Para o urbanista José Carlos Ungarte, a utilização de espaços abandonados como áreas de lazer, parques, regenera a cidade. “Novos espaços públicos em lugares em desuso ajudam a tornar as cidades mais humanas, mais bonitas e alegres. Se conseguir que a população participe desse processo de regeneração, o sucesso será absoluto”, disse. Para o especialista em transporte Caio Pedro, no entanto, os leitos desativados deveriam ser preservados para o transporte futuro. “Quanto mais ocupamos esses espaços hoje, mais dificuldades teremos no futuro para implantar transporte rápido como o VLT, o metrô”, afirmou. Quatro trechos ferroviários desativados estão no foco dos projetos urbanos propostos no Plano Diretor. Um deles é uma parte do leito desativado da antiga Companhia Mogyana de Estrada de Ferro, entre a Estação Guanabara e o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), na Avenida Barão de Itapura. Ali será implantado o Boulevard Cultural, com áreas de descanso, cafés e bibliotecas. Outro trecho é velho conhecido da cidade: o prolongamento da maria-fumaça da Estação Anhumas até a Praça Arautos da Paz. A obra está parada desde 2007 e um novo projeto executivo terá que ser feito. O anterior, doado à Prefeitura pela Petrobras, tinha tantos erros que a obra não conseguiu andar. Quando parou, R$ 1 milhão já havia sido gasto sem que um metro de trilho tivesse sido instalado. O leito desativado entre as Estações Guanabara e Anhumas vai receber, além de uso para transporte, um sistema de ciclovias, áreas de caminhada, cafés, para favorecer o lazer e o convívio. Bonde Outro trecho, desativado em 1960 quando o último bonde circulou, é o que liga Sousas a Joaquim Egídio. Ele tem quatro quilômetros, e é parte da Companhia Ramal Férreo Campineiro que a partir de 1893 circulou o trem da Estação Central de Campinas ao então Arraial dos Sousas (hoje distrito), depois chegou à Fazenda dos Laranjais e, em 1894, à Fazenda das Cabras. O trem deixou de circular quando a Companhia Campineira de Tração, Luz e Força conseguiu autorização para linhas de bondes elétricos em Campinas — os bondes começaram a circular até Joaquim Egídio em 1917 e pararam de funcionar em 1960. Até hoje o trecho, que margeia o Ribeirão das Cabras, é chamado de estrada do bonde e mantém seu traçado original, mas sem os trilhos e os postes, e é muito usado para caminhadas. Ele é um dos caminhos do distrito tombado como patrimônio pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc).

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