Oposição estuda buscar Justiça caso Taques desista do VLT em Cuiabá

Deputados defendem retomada das obras; Taques diz que precisa de aporte da União

Marcus Mesquita/MidiaNews

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa estuda medidas judiciais contra o Governo do Estado caso as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não seja retomada. A medida é uma reação a recentes declarações do governador Pedro Taques (PSDB), de que não usará dinheiro do Estado para concluir as obras. Em entrevista, o tucano disse que a obra somente será concluída caso o Governo Federal aporte R$ 600 milhões. “Quero sugerir ao governador que dê uma parada no seu ritmo para refletir melhor sobre Mato Grosso, tamanha a sucessão de crises que são provocadas pelo próprio Palácio. Ora, a questão do VLT está há um ano e meio parada, está judicializada por conta do próprio Governo”, disse o Presidente da Frente em Prol da Retomada das Obras do VLT, deputado Emanuel Pinheiro (PMDB). “Sucessivos adiamentos de reuniões com o Consórcio para anunciar a tão esperada retomada das obras. Não vamos aceitar. Se por qualquer decisão foi decidida a não retomada, tomaremos as nossas medidas na Assembleia, até judicial se for o caso”, afirmou. Para o deputado, o governador poderia buscar ajuda não só do Governo Federal, como de senadores, deputados federais e estaduais. Ele acredita que Taques vem tomando uma série de decisões equivocadas em sua gestão.

“Por que não está articulando isso com a bancada federal? Por que não se articula com a bancada estadual? Todos querem ajudar Mato Grosso, todos querem ajudar o governador a sair dessa zona de conflito permanente. O Palácio Paiaguás, hoje, se tornou uma usina de conflitos. Toda semana é um conflito, toda semana, eles mesmos, provocam uma instabilidade na agenda política, econômica, administrativa e social do Estado", disse. “Então, o governador precisa parar e ver o que ele quer. Depois de um ano e meio, obra parada é obra mais cara. Representando o descaso e o desrespeito com a população cuiabana e várzea-grandense. Então, o governador precisa, primeiro, saber o que ele quer. Precisa se articular politicamente e precisa criar uma agenda positiva com a sociedade mato-grossense”, afirmou. Desinteresse Para a deputada Janaina Riva (PMDB), o atual Governo vem demonstrando há muito tempo a “falta de vontade” em relação à retomada das obras. Segundo ela, desistir da conclusão do modal seria uma decisão “irresponsável”. “É uma atitude completamente irresponsável. Nós paramos instauramos uma comissão especial na Assembleia e nunca ouvimos isso da boca do governador. Mas mais uma vez ficamos sabendo pela mídia a vontade dele de não concluir o VLT”, disse. Ela ainda criticou o fato de uma série de secretários de Estado terem afirmado, em reuniões na Assembleia, que o governador teria interesse em concluir a obra. “Ele mandou todo secretariado dele na Assembleia para dizer que era favorável ao VLT, fez toda uma mobilização em prol do Governo e agora dá uma resposta de que o VLT não será concluído. Parece que estamos aqui em um picadeiro, porque ele faz os deputados de palhaço”, completou. O VLT O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes mesmo do início da Copa do Mundo em Cuiabá. Entretanto, os sucessivos atrasos levaram a gestão anterior do Governo do Estado a fazer um aditivo prevendo o término para 31 de dezembro do mesmo ano. Porém, as obras foram paralisadas antes mesmo deste prazo. A atual gestão estadual discute a questão na Justiça, visto que o consórcio construtor cobra pelo menos mais R$ 800 milhões para a finalização da obra.

O consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda, venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC).

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