Trens deixados 'ao relento' podem sofrer depreciação, diz MPE
- TodoDia
- 14 de jul. de 2016
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O promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social Marcelo Milani afirmou ontem que os trens deixados pelo Estado "ao relento" no pátio da CAF, em Hortolândia, podem sofrer depreciação se continuarem parados ali e acrescentou que, apesar de prontos, o governo estadual não tem onde colocá-los. O MPE (Ministério Público Estadual) denunciou nove dirigentes e ex-dirigentes do transporte do governo estadual pela compra de 26 composições, que foram adquiridas por R$ 615 milhões e ainda não foram usadas.
"Se não for utilizado, ele tá em depreciação, com certeza", afirmou o promotor, ontem. Segundo ele, a CAF cumpriu sua parte do contrato ao montar os trens, mas o Estado fez um acordo para deixá-los no pátio porque as linhas ainda não estão prontas e não há onde armazenar. Ele disse que não viu irregularidades na empresa.
O engenheiro civil e presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Campinas, Paulo Sérgio Saran, afirma que, a princípio, não acredita que manter os trens em um pátio possa causar danos, apontando que são resistentes e construídos para funcionamento a céu aberto. "Eu tinha que vistoriar o local, analisar outras possibilidades, mas os trens sempre ficam expostos. É extramente resistente, é aço", analisou.
Por nota, a CAF informou que não comenta assuntos sobre a denúncia por causa de "cláusulas de confidencialidade" no contrato. O Metrô de SP contesta a denúncia. "Não é verdade que a compra causou prejuízo e os trens não irão entrar em funcionamento. Dos 17 trens entregues, 8 já estão aptos a operar a partir de setembro". E acrescentou que o prazo de garantia só começará a valer após o início de operação comercial de cada composição.
Autoria: Jornal TodoDia || Americana/SP
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