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Rio de Janeiro nos trilhos

  • Revista Época Negócios
  • 13 de jul. de 2016
  • 4 min de leitura

Um século e meio depois da circulação dos primeiros bondes na cidade, a capital carioca retoma o protagonismo da linha férrea em prol da mobilidade urbana

SÉCULO XIX. Como casa da família real portuguesa, sede do vice-reino do Brasil e capital da colônia, o Rio de Janeiro começou a ganhar ares modernos com inovações que mudaram a dinâmica urbana e os costumes da população. Uma dessas novidades foi a chegada dos primeiros bondes, em 1859, ainda movidos à tração animal. Com isso, o Rio foi a primeira cidade da América do Sul a andar sobre trilhos. Anos depois, os bondes puxados por burros foram substituídos pelos modelos a vapor e, posteriormente, elétricos – chegando a transportar cerca de 1,5 milhão de passageiros todos os dias.


Esse sistema de transportes impulsionou o crescimento de diversas regiões cariocas, já que facilitou consideravelmente o acesso às zonas sul, norte, centro e oeste, acelerando sua urbanização. “Foi um elemento fundamental. Com seu aspecto característico, seu espaço democrático e sua tradição, o bonde foi por muitas décadas um símbolo da cidade litorânea. Era o transporte coletivo por excelência”, relembra Eva Vider, professora da Escola Politécnica da UFRJ. Entretanto, o intenso investimento viário e o desenvolvimento das linhas de ônibus fizeram com que os trilhos perdessem espaço considerável na rotina dos habitantes. Hoje, anos depois, as linhas férreas prometem reassumir seu protagonismo no transporte carioca e reconquistar seu papel na paisagem.


SOLUÇÃO GLOBAL Seguindo uma tendência mundial adotada por diversos países de primeiro mundo e impulsionada pela realização dos Jogos Olímpicos na capital carioca, a execução de novos projetos de infraestrutura e mobilidade urbana permitiu novas alternativas de transporte para que a população se desloque com qualidade, conforto e segurança. “Os principais impactos dessa mudança serão a reorganização e a utilização sustentável dos espaços urbanos, a reestruturação dos fluxos de demanda, a integração com outros modais – como barcas, trens, metrô e ônibus –, a diminuição da poluição ambiental e a melhoria da qualidade de vida”, pontua Eva Vider. Graças a essa integração entre SuperVia, VLT (Veículo Leve sobre Trilho) e metrô, o traslado de massa chegou aos pontos mais diversos da cidade – novidade que se reflete no constante aumento de usuários do sistema.


Em 2006, as linhas 1 e 2 do metrô e a SuperVia transportaram juntos 875 mil usuários diariamente. Ano passado, foram quase 1,5 milhão de deslocamentos por dia (71% a mais que em 2014). Para 2017, a expectativa é atingir 2 milhões de usuários nos dias úteis, com o início das operações do VLT Carioca e da Linha 4 do metrô. “É preciso desenvolver projetos de integração pensados para uma metrópole e não apenas para as necessidades individuais de cada município. Mudar esse ponto de vista é uma evolução fundamental para que se possa oferecer um serviço de qualidade e com tarifas mais justas”, diz Gustavo Guerra, presidente da Odebrecht Mobilidade. “Promover mudanças efetivas na mobilidade das pessoas no Rio significa priorizar o transporte coletivo. Cada vez menos o transporte individual terá espaço”, ressalta.


PREFERÊNCIA VERDE Outro ponto positivo do deslocamento sobre trilhos é sua qualidade sustentável, já que emite baixos níveis de carbono na atmosfera. “Hoje, a busca é por um transporte de massa com alta tecnologia, não poluente e que também se integre à cidade”, reforça a professora da Escola Politécnica da UFRJ. O VLT Carioca, por exemplo, inédito no País e adotado por mais de 400 cidades no mundo, é um dos pioneiros a ser projetado sem cabos de energia elétrica ou fios suspensos. Nesse caso, o fornecimento de energia acontece por um terceiro trilho no solo. Já a SuperVia recebeu 100 novos trens nos últimos quatro anos.

Juntos, eles comportam 140 mil passageiros, o que representa até 28 mil carros de passeio a menos nas ruas. No geral, as linhas férreas promovem um menor impacto ambiental, pois emitem poucos gases tóxicos, além de oferecerem um grau reduzido de vibração e barulho – contribuindo, assim, para a redução da poluição sonora.


MAPA DA NOVA LINHA FÉRREA METROPOLITANA

o Rio de Janeiro, a Odebrecht participa da construção do Metro Linha 4 e da operação da SuperVia e VLT Carioca. Confira as novidades que estão transformando o sistema de transporte carioca:


SUPERVIA: O principal destaque fica por conta da reforma das seis estações olímpicas (São Cristóvão, Engenho de Dentro, Deodoro, Vila Militar, Magalhães Bastos e Ricardo de Albuquerque – as duas últimas, já inauguradas), que vão proporcionar aumento da capacidade de passageiros e acessibilidade às pessoas com deficiência. Além disso, o Centro de Controle Operacional foi modernizado e automatizado, o que permite mais transparência na comunicação com os usuários dos trens e agilidade à operação ferroviária. Os viajantes também ganham em conforto e segurança com a troca de trilhos, dormentes e outras estruturas.


VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS: Apelidado de VLT Carioca, é o mais novo meio de transporte disponível na cidade. O sistema liga facilmente a região portuária ao centro financeiro e ao aeroporto Santos Dumont. Trata-se de uma forma prática, moderna e confortável de se locomover, disponível 24 horas, todos os dias da semana – também interligada a barcas, trens, estações de metrô,

ônibus e BRTs.

METRÔ LINHA 4: Vai transportar cerca de 300 mil pessoas por dia, retirando das ruas cerca de 2 mil veículos por hora nos horários de pico. Em 2016, cinco estações serão inauguradas para servir à população: Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz, ao longo de um trecho de 16 quilômetros.


IMPORTÂNCIA DAS PPPS Por meio de Parcerias Público- Privadas (PPPs), a Odebrecht Mobilidade desenvolve soluções de transporte rápido, sustentável, eficiente e confortável, auxiliando milhares de pessoas a se deslocar no menor tempo e com segurança. As PPPs são modelos de contrato que viabilizam projetos essenciais para o bem-estar da população e que demandam elevados investimentos.


“O reduzido tempo de implantação, aliado a expertise e a possibilidade de injeção de capital do setor privado têm sido fatores determinantes para a escolha de projetos via essa modalidade. Isso promove uma significativa melhoria da atividade econômica na área desses projetos, o que gera desenvolvimento econômico e sustentável em longo prazo”, exemplifica o ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento Raul Velloso.


Ainda de acordo com o Velloso, as PPPs devem continuar nos próximos anos, com o estado utilizando- se desse tipo de financiamento para fazer os investimentos necessários à melhoria da qualidade de vida da população. “Cabe ao governo fornecer segurança jurídica aos contratos e agências reguladoras fortes e independentes para fiscalizar as instituições privadas com imparcialidade”, conclui.

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