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MP denuncia secretário de Alckmin por abandono de 26 trens novos

  • Revista Época Negócios
  • 12 de jul. de 2016
  • 3 min de leitura

Segundo promotor, veículos foram comprados em 2011 e nunca entraram em operação

Ministério Público de São Paulo denunciou nove agentes políticos, entre eles o atual secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissoni, por improbidade administrativa e por danos morais difusos e coletivos. O promotor Marcelo Milani acusa os envolvidos pela compra de 26 trens para a Linha 5-Lilás do Metrô, que foram adquiridos em 2011 mas nunca entraram em circulação devido aos atrasos na obra da linha. Ao todo, o MP pede que os acusados paguem R$ 799 milhões. Em nota, o Metrô nega que os trens estejam parados e diz que não está tendo gasto extra com a manutenção deles.


Além de Pelissoni, foram denunciados o ex-secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes; o atual presidente do Metrô, Paulo Menezes Figueiredos; quatro ex-presidentes da companhia, Sérgio Avelleda, Jorge Fagali, Peter Walker, Luiz Antônio Carvalho Pacheco; o ex-diretor do Metrô Laércio Biazotti e o ex-gerente David Turbuk.


Segundo a investigação, 16 trens estão parados em três pátios do Metrô: Jabaquara, Capão Redondo e Guido Caloi. Os o outros dez nunca saíram da fábrica da CAF, empresa fabricante, em Hortolândia, no interior. Segundo o promotor, o primeiro tem foi recebido em outubro de 2013, com garantia de 2 anos já expirada. O Metrô negou a afirmação do promotor e informou que a garantia “começará a valer após o início de operação de cada composição, conforme previsto em contrato”.


Também em 2013, o Metrô assinou com a CAF um contrato de comodato para que a empresa armazenasse as composições. O contrato, de acordo com o promotor, venceu em dezembro de 2015 e a empresa pode cobrar aluguel do Metrô. A companhia informou que não vai “arcar com nenhum custo de aluguel para estacionamento destes trens”.


"Foi uma má gestão, no mínimo. Aquilo é uma vergonha", disse o promotor.


Para o promotor Milani, são agravantes o fato de que a compra ocorreu em 2011, quando a obra estava paralisada devido a denúncias em relação à sua licitação. Além disso, os trens comprados não podem fazer integração com outras linhas, porque suas bitolas (distância entre os trilhos) são menores do que o utilizado em outras linhas e inclusive na extensão da Linha 5 já em funcionamento, que teria que ser adaptada. Segundo o Metrô, porém, não há diferença de bitola.


Os próprios trens também teriam que passar por manutenção porque seus sistemas eletrônicos já estão desatualizados em relação aos utilizados pelo Metrô, afirmou o promotor. A previsão do governo para o término das obras é para 2018.

A CAF informou que não comenta contratos em andamento “em razão das cláusulas de confidencialidade”.


O Metrô informou que os trens não estão parados: “Os 26 novos trens adquiridos para a expansão de 11,5 km da Linha 5 estão sendo entregues e passam por testes, verificações e protocolos de desempenho e de segurança”. Segundo a companhia, oito trens estão “aptos a operar a partir de setembro”.


O Metrô disse, também, que “não tem gastos extras com a manutenção desses novos trens”. Diz a nota: “A expansão da Linha 5 é um empreendimento que incluiu os projetos, as obras civis e a implantação de sistemas, a implantação de um moderno sistema de sinalização em todo o trecho e a aquisição de novos trens para transporte da nova demanda de usuários”. A Linha 5 deve ficar pronta em 2017 e deve transportar 780 mil passageiros por dia.

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