Passeio de trem permite volta ao passado e contato com a natureza

Turista pode viajar de Campos do Jordão (SP) a Pindamonhangaba (SP).

No caminho, há opções de lazer e gastronomia; trajeto custa até R$ 71.

Camilla Motta e Filipe Rodrigues || Do G1 Vale do Paraíba e Região

Um passeio à moda antiga. De trem é possível fazer uma viagem no tempo e vivenciar a experiência de trafegar pelo meio de transporte mais popular do início século passado. No trajeto pela estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ) é possível aproveitar as atrações pelo caminho e, principalmente curtir as belas paisagens da Serra da Mantiqueira e do Vale do Paraíba.

Se quando foi inaugurado em 1814 o trem era utilizado para transporte de turbeculosos, atualmente as ferrovias são utilizadas pelos turistas que desejam vivenciar uma experiência diferente de turismo na serra. A ferrovia liga Campos do Jordão a Pindamonhangaba.

Um dos responsáveis pelo passeio há 24 anos é o operador ferroviário Francisco Lessa Neto, de 41 anos. "Passei metade da minha vida aqui e me dediquei muito. Já fiz curso para pilotar avião e outras atividades, mas sem nunca deixar este trem. É minha paixão", contou ao G1.

De Campos do Jordão é possível embarcar na locomotiva na Estação Emílio Ribas, no Capivari. De lá, o automotriz segue sentido portal da cidade, passando pela zona urbana de Campos do Jordãocom destino a Santo Antônio do Pinhal. A velocidade máxima que o veículo chega é de 40 quilômetros por hora.

Na chegada à cidade vizinha, o turista consegue aproveitar a vista da Pedra do Baú e da Serra da Mantiqueira do ponto ferroviário mais alto do país. O Alto do Lajeado tem altitude de 1.743 metros.

Continuando o trajeto, a próxima parada é na estação Eugênio Lefévre. Dali, o turista tem acesso a um mirante com a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. No local também tem a lanchonete Bolinho de Bacalhau e Cia que oferece como carro chefe um tradicional bolinho de bacalhau.

O estabelecimento existe há 25 anos e é parada obrigatória para o turista que deseja experimentar a iguaria. “O segredo do bolinho está no equilíbrio. O que eu falo é que 60% é bacalhau de primeira linha e 40% de batata misturada com temperos e amor. São quatro itens”, disse o dono Danilo Audibert, de 77 anos.

Na temporada, segundo ele, são vendidos de 150 a 200 bolinhos de bacalhau por dia. No fim de semana sai mais. Cada bolinho de bacalhau custa R$ 7. Também há opções de outros salgados e até lembranças e doces.

Em frente a lanchonete, uma placa anuncia o limite entre os dois municípios - Santo Antônio do Pinhal e Pindamoinhangaba. Lá o turista pode tirar uma foto clássica com um pé em cada cidade.

De volta à ferrovia, o passageiro pode continuar a contemplação da natureza. Passando pela estação e o Rio Piracuama, o último destino é o Parque Reino das Águas Claras.

No parque, o visitante é recebido por esculturas de barro cozido de mais de 20 personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo. No local também é possível fazer piquenique em uma área coberta. As crianças podem brincar em um parquinho.

Opções

O trajeto de ida e volta de trem dura em média duas horas.

O passeio saindo de Campos do Jordão até o mirante que vende o bolinho de bacalhau em Santo Antônio do Pinhal custa R$ 58 ida e volta por pessoa.

Também há a opção do passeio de Pindamonhangaba a Campos do Jordão por R$ 71 ida e volta.

Segurança Nos 100 anos de operação do trem na serra foram registrados dois acidentes. O último foi em novembro de 2012 e deixou três mortos.

Apesar disso, a administração assegura que o sistema de segurança foi renovado após os episódios. "Depois disso todo os sistema de segurança foi atualizado. Depois do acidente foi implantado caixa preta, controlador de velocidade, o trem é monitorado por GPS e tem mais freios", contou o analista ferroviário, Christian Zichelli.

Viagem

O G1 viajou a Campos do Jordão entre os dias 14 e 16 de junho a convite da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e do Convention Boureau de Campos do Jordão.

#Passeiodetrem