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Expansão da rede ferroviária iraniana mira mercado europeu

  • Opinião e Notícia
  • 16 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Alguns obstáculos ameaçam o projeto de ampliação e modernização da infraestrutura de transportes no Irã

A viagem de 10.500 km da cidade de Yiwu no leste da China através do Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Turcomenistão é demorada. Mas quando o primeiro trem chinês entrou na estação de Teerã depois de 14 dias de viagem, as autoridades iranianas saudaram o grande progresso na demanda por transporte ferroviário mais rápido. Em abril, quando a nova ferrovia do Cazaquistão for totalmente inaugurada, os executivos iranianos terão diminuído o tempo de viagem para a China em apenas oito dias, um mês menos ao da rota marítima. Se a Turquia construir uma nova ligação ferroviária de alta velocidade, o percurso será um desafio para o canal de Suez como o principal trajeto da China e do Irã para a Europa. As empresas do Irã não ficarão mais limitadas ao mercado local de 80 milhões de iranianos, disseram os conselheiros do presidente Hassan Rohani, e sim terão acesso aos 500 milhões de consumidores da União Europeia.


Outras ligações ferroviárias estão previstas para serem inauguradas em breve. Em um prazo de seis meses o ministro de Transportes e Desenvolvimento Urbano iraniano, Abbas Akhoundi, que estudou na Universidade de Londres, irá inaugurar uma nova ligação ferroviária com as minas do Afeganistão, que transportará minérios para a Índia a partir do porto estratégico de Chabahar no sudeste do Irã evitando, assim, a passagem pelo Paquistão. No período de dois anos o Irã irá construir uma ponte no rio Shatt-al-Arab, que ligará o país ao Iraque e ao Crescente Fértil, disse o ministro. Essa nova via de transporte abrirá caminho para o Azerbaijão, Rússia e a Ásia Central.


O Irã também planeja mais que duplicar a rede ferroviária interna de 10 mil km nos próximos dez anos e substituir os trens que fazem o percurso em 90 km/h por trens de alta velocidade em linhas eletrificadas. Assim que o projeto de ampliação e modernização da rede ferroviária estiver concluído, a viagem de 420 km para Isfahan demorará 90 minutos e o trajeto de 920 km para Mashhad será feito em menos de seis horas.


Mas esses projetos dependem, é claro, de financiamento. No sexto plano quinquenal do Irã, que aguarda a aprovação do parlamento, o ministro Akhoundi pretende gastar US$28 bilhões em ferrovias, US$20 bilhões em estradas, $50 bilhões na modernização dos aviões da época do xá Reza Pahlavi e $7 bilhões em aeroportos, inclusive com a ampliação do principal aeroporto de Teerã, Imam Khomeini, para que os aviões mais modernos e maiores possam pousar no local. No entanto, com os preços reduzidos do petróleo o governo mal consegue pagar os salários do setor público, muito menos investir em projetos de infraestrutura. Assim, o governo tem atraído investidores estrangeiros.


A China ofereceu um empréstimo de US$2 bilhões para construir a ferrovia de Mashhad, tendo como garantia as receitas de petróleo congeladas durante o período das sanções comerciais. A Coreia do Sul tem planos de fazer um acordo semelhante. E enquanto os italianos esperaram uma oportunidade nos bastidores, os executivos do setor ferroviário da França, com modelos de trens nas mãos, percorreram os corredores de um hotel em Paris à espera do encontro com o presidente Rohani na primeira viagem de um presidente iraniano à Europa, em 17 anos. Porém como a maioria dos bancos estrangeiros teme as multas dos órgãos reguladores dos EUA, não será fácil conseguir crédito.

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