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Projeto devolve cor original a Estação Anhumas e Tanquinho na região de Campinas/SP

  • Foto do escritor: Notícias Ferroviárias
    Notícias Ferroviárias
  • 8 de abr. de 2016
  • 3 min de leitura

Tom noz-pecã vai cobrir paredes das antigas estações da Companhia Mogyana


Maria Teresa Costa || Agência Anhanguera


As estações ferroviárias de Anhumas e Tanquinho voltarão a ter as cores que possuíam quando foram construídas no início do século 20, para receber os passageiros da maria-fumaça da Companhia Mogyana. Um tom bege, o noz-pecã, vai cobrir as paredes das antigas estações em um projeto patrocinado pela Tintas Coral, mesma empresa que atuou na revitalização da pintura das casas do distrito de Joaquim Egídio, no ano passado. A dupla Chitãozinho e Xororó apadrinha esse projeto nas estações.


Tintas serão doadas pela Coral e mão de obra por empresas O gerente geral da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Vanderlei Alves, informou que a data do início da pintura deve ser definida na terça-feira. A tinta será doada pela Coral e a mão de obra bancada por duas empresas de Americana, uma rede de supermercado e a Eder Pinturas.

Essas empresas participam do projeto da associação, chamado Criança no Trem, em que patrocinam intervenções necessárias à manutenção da ferrovia e estações e recebem, em contrapartida, ingressos da maria-fumaça para seus funcionários fazerem o passeio e conhecerem a história e o patrimônio histórico.


O arquiteto da Coordenadoria Setorial do Patrimônio Cultural (CSPC), Luiz Antônio Aquino, disse que não se trata de restauro, mas de recuperação da cor original daqueles imóveis. Para chegar à cor original das estações, foi feito um trabalho de prospecção pelo arquiteto e pela estagiária do curso de arquitetura da PUC-Campinas Marina Bassan com a retiradaem pequenas áreas das paredes, de camada por camada de tinta.

As faixas de prospecção serão protegidas para ficar à mostra, de forma que as pessoas possam ver como foi a evolução da pintura ao longo dos anos em cada estação. O próximo passo da ABPF será conseguir patrocínio para recuperar a estação Desembargador Furtado, que está bastante deteriorada.


A pintura é parte do programa “Tudo de cor para você” da Tintas Coral. Desde o início do projeto, mais de 720 mil litros de tintas foram usados para renovar mais de 7 mil imóveis em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, Porto Alegre, Ouro Preto, Porto Seguro, Florianópolis, Fortaleza, Paraty, João Pessoa, Recife e Mauá.


maria-fumaça percorre o ramal da Companhia Mogyana de Estrada de Ferro e que forma a atual Viação Férrea Campinas-Jaguariúna. Construída em 1926, a Anhumas, foi a principal parada depois das estações Central e Guanabara. O prédio está conservado, mas foi alterado ao longo do tempo, mesmo porque ele não é original da ferrovia. A primeira estação Anhumas ficava cerca de 200 metros da atual.


Dali a maria-fumaça passa pela Pedro Américo, também inaugurada em 1926. Situada na Fazenda São José, sua principal função era o escoamento do café. No trajeto, a próxima parada é em Tanquinho, que até recentemente estava completamente degradada. A associação reconstruiu o telhado e ela agora será pintada. Ali, os sócios da ABPF sonham em implantar o Museu do Telefone, mas o sonho vai ficando cada vez mais distante.


Tanquinho é a que mais mantém os aspectos originais, segundo o historiador Henrique Anunziata. Era ali que os vagões que transportavam gado eram lavados. Localizada na Fazenda Santa Maria, ainda hoje é possível ver resquício da primeira estação.


Quando chega em Desembargador Furtado, a degradação continua. Na época do desmonte da ferrovia essa estação foi a mais prejudicada: os arcos da plataforma, os pontilhões e as três linhas do pátio foram retiradas e apenas uma foi recuperada. A maria-fumaça segue para a Estação Carlos Gomes, uma das maiores. O pátio tinha cinco linhas, sendo quatro para o embarque do café e uma plataforma de embarque de pedras e gado. No período anterior à retificação, essa parada, ficava na Fazenda Santa Rita do Mato Dentro, onde originou-se o povoado conhecido como Carlos Gomes. Dali, a maria-fumaça chega a última estação, em Jaguariúna, hoje um centro cultural bem conservado.


Ferrovia ligava São Paulo a Minas Gerais

caminho por onde circula a maria-fumaça é remanescente da Companhia Mogyana de Estrada de Ferro, fundada em 1872 e desativada em 1971. Os 24 quilômetros de trilho são tudo o que restou dessa ferrovia que ligava os estados de São Paulo e Minas Gerais. Por seus 1.992 quilômetros de trilhos entre Campinas e a mineira Araguari passaram passageiros e a economia de dois Estados.


Hoje, o trecho remanescente é dedicado ao turismo, recebendo passageiros que podem reviver o clima de viajar em trem, cruzando fazendas com suas plantações de café e criação de gado. Para manter o funcionamento da maria-fumaça, a ABPF conta apenas com os recursos oriundos dos cinco passeios turísticos nos finais de semana e, eventualmente, de empresas. Cerca de 500 pessoas, nos finais de semana, embarcam na maria-fumaça. (MTC/AAN)

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