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Mogi das Cruzes discute proibição aos trens de carga

  • O Diario de Mogi
  • 22 de mar. de 2016
  • 2 min de leitura

O projeto de lei que proíbe o tráfego de trens de carga em Mogi das Cruzes no intervalo das 7 às 20 horas deve ter tramitação polêmica, caso consiga passar pelo Departamento Jurídico da Câmara de Mogi. Representantes das indústrias, taxistas e a própria Prefeitura concordam que a restrição pode trazer mais prejuízos que soluções.


Conforme prevê o projeto de autoria do vereador Mauro Araújo (PMDB), a MRS Logística ficaria proibida de circular por Mogi durante o dia, sob pena de multa de R$ 152 mil, valor que pode dobrar em caso de reincidência. Para justificar a proposta, o vereador cita transtornos ao tráfego de veículos, na circulação de pedestres e a poluição sonora.


Para o diretor da regional Alto Tietê do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), José Francisco Caseiro, a proposta requer estudos detalhados, principalmente sobre os impactos que uma medida como essa pode gerar nas empresas que dependem das cargas transportadas. A ferrovia é um modal logístico importante. “Há estudos que visam, inclusive, incentivar o seu uso”, pondera.


Ainda de acordo com Caseiro, mais importante que restringir a passagem dos trens de carga seria buscar alternativas para eliminar ou reduzir as passagens de nível da Cidade. “O problema não existe só no tráfego de cargas, mas também nos trens de subúrbio que param a Cidade a cada dois, três minutos”, completa.


De qualquer maneira, prossegue, a proposta “é uma iniciativa muito válida pois permite a discussão de alternativas para uma melhor convivência entre os modais logísticos e a população e pode, inclusive, possibilitar possíveis parcerias público-privadas que visem a melhoria e a segurança na mobilidade urbana”.


O presidente do Sindicato dos Taxistas de Mogi das Cruzes, Sandro Monforte, também ressalta que os principais causadores de transtornos no trânsito da Cidade são os trens de passageiros, não os de carga.

Conforme observa Monforte, as composições da MRS cortam Mogi poucas vezes durante o dia. “A meu ver, não há tanta dificuldade em se conviver com isso. Os trens de passageiros atrapalham mais, porque passam o dia todo”, completa.


Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes afirma que é preciso buscar harmonia entre a Cidade e o transporte sob trilhos. Para minimizar a influência dos trens no trânsito, a Pasta destaca o investimento de R$ 128 milhões na obra dos túneis da Praça Sacadura Cabral, que ligará o Centro ao Mogilar, passando por baixo da linha férrea.


O próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) ameaçou, em 2013, não renovar o contrato de compartilhamento de trilhos firmado entre a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a MRS, depois que um trem de carga descarrilhou e atingiu uma composição de passageiros. A proposta, entretanto, não se sustentou por muito tempo.


Em nota, a CPTM afirma que o decreto federal que regulamenta o transporte ferroviário estabelece prioridade da circulação dos trens de passageiros, mas também obriga a operação em tráfego mútuo. Com isso, os trens de carga circulam em duas janelas de horários: das 10 às 15 horas e durante a madrugada, das 23 às 3 horas.


A MRS foi procurada por O Diário para comentar o assunto, mas não retornou até o fechamento desta reportagem. (Danilo Sans)

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