Rio Claro disponibilizará novo espaço para preservação da memória ferroviária

Foto meramente ilustrativa

O antigo túnel para pedestres e ciclistas, na Avenida 8, que passa sob os trilhos da ferrovia, será recuperado pela prefeitura e disponibilizado para uso do núcleo rio-clarense da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF).

O acordo para uso do local foi estabelecido nesta quarta-feira, 9, em reunião do prefeito Du Altimari com a nova diretoria do núcleo, eleita no início do ano. Participaram o secretário municipal de Turismo, Renê Neubauer, a vereadora Maria do Carmo Guilherme, os diretores do núcleo, Jônatas de Camargo (presidente), Marco Antonio Muniz e Antonio Fernandes, bem como o turismólogo Ronei Grella.

O prefeito Du Altimari destacou o simbolismo da ferrovia na história do município, lembrando que milhares de pais de família rio-clarenses criaram seus filhos e netos trabalhando nas oficinas, empresas que exploraram o transporte de cargas e de passageiros, notadamente a Companhia Paulista, uma das mais importantes, modernas e luxuosas do mundo quando em seu apogeu. “Esse passado de glória não se desfez com o tempo, felizmente, e o Brasil parece disposto a retomar a ferrovia como meio de transporte de passageiros por excelência, em especial para médias distâncias”, afirmou. “Queremos contribuir com a preservação dessa história”, acrescentou.

Os novos diretores do núcleo, criado em junho de 2010, com incentivo do secretário Renê Neubaer, informaram à prefeitura que o espaço atual utilizado pela entidade, a pequena torre construída em tijolo à vista, ao lado dos trilhos, na Avenida 8, é insuficiente. Já o novo local, no túnel, deve acomodar grande parte das presumidas 500 peças e cerca de 2000 livros, que o núcleo conseguiu reunir até hoje, todos relacionados à ferrovia no Brasil e em Rio Claro. São ferramentas, mobiliários, materiais preservados da antiga escola do Senai, que formava os técnicos para exercerem variadas funções na empresa ferroviária.

“Teremos melhores condições de preservar e expor essas peças no novo espaço, o que nos permitirá abrir as portas para pesquisadores, estudantes, crianças e ao público em geral, já que o interesse pela história ferroviária no País se mantém bem vivo, como temos comprovado nas inúmeras visitas que recebemos à procura de informações sobre nosso acervo e objetivos”, relata Jônatas. O núcleo local da ABPF já dispõe de duas locomotivas – uma a diesel e outra a vapor – e conta com um vagão luxuoso, reformado, que circulou pela última vez no famoso Expresso Azul, por volta de 1990. As duas máquinas ainda aguardam restauração, uma dela estacionada nas oficinas de Rio Claro.

Neubauer diz que ao providenciar um novo local para o núcleo rio-clarense, o município faz justiça à história ferroviária de Rio Claro. “Essa memória nos pertence, deixou sua marca na nossa identidade e desejamos muito que as ações de preservação deste patrimônio sejam progressivas e constantes”, assinalou. “Há uma variedade de alternativas culturais que o fortalecimento do núcleo da ABPF em Rio Claro pode gerar, estando equipado para planejar e organizar exposições, palestras e eventos de ferreomodelismo e tantos outros, que teriam grande aceitação na cidade e região”, observou a vereadora Maria do Carmo.

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