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Metroviários relatam medo e iniciam série de ações por mais segurança

  • Foto do escritor: Notícias Ferroviárias
    Notícias Ferroviárias
  • 19 de fev. de 2016
  • 4 min de leitura

Sindicato da categoria convocou dois atos públicos para sexta-feira (19). Metroviários estão assustados com violência e devem realizar paralisação.

Igor Grossmann | Do G1 RS


Os metroviários que trabalham na Empresa de Trens Urbanos (Trensurb) estão assustados. Após mais um registro de assalto a uma das estações, a categoria organiza uma série de medidas para conter a onda de violência que atinge as estruturas espalhadas entre Porto Alegre e Novo Hamburgo. Na madrugada desta quinta-feira (18), dois homens armados invadiram a Estação Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e roubaram o dinheiro do caixa, além de pertences dos funcionários, como telefones celulares.


Ninguém ficou ferido, e nenhum suspeito foi preso. Foi o sétimo ataque a uma estação da Trensurb no ano. Em 2015, foram registrados 15 assaltos. O assistente operacional Jhoni Rodrigues trabalha na Trensurb há três anos. Ele nunca foi assaltado, mas relata que as ocorrências frequentes têm assustado quem trabalha na empresa.


“Ultimamente, é quase dia sim, dia não. A categoria está com medo. Amanhã (sexta-feira) vão ter dois atos para informar aos usuários sobre a nossa situação. Se nada for feito, vamos paralisar”, conta ele, que trabalha na Estação Canoas.


Jhoni informa que os metroviários têm uma assembleia geral marcada para o dia 1º de março para discutir uma possível paralisação, que deve ocorrer no dia 6 do próximo mês. No entanto, com mais uma ocorrência de violência registrada nesta quinta (18) em Esteio, os funcionários da Trensurb podem cruzar os braços antes.


Além das ações práticas, os metroviários também realizam ações virtuais. Nas últimas semanas foi lançada uma campanha nas redes sociais com a #MaisSegurançaTrensurb. Pelo Facebook, usuários e funcionários relatam os momentos de violência presenciados nas estações.


O principal alvo dos criminosos nos ataques às estações são os caixas das bilheterias. Um dos funcionários da Trensurb que foi assaltado enquanto trabalhava afirma que a sensação de insegurança está piorando. Ele pede para não ter o nome nem a estação que atua divulgados por temer represálias dos assaltantes.


"Eu estava no expediente interno, a estação já havia fechado. Arrombaram a porta e entraram. Estavam agressivos. Levaram o dinheiro da bilheteria e meu aparelho celular. Me pegaram de surpresa, foi um susto grande. A situação está ruim, a insegurança está em todo lugar", conta o metroviário.

O funcionário relata ainda que não havia nenhum vigilante na estação no momento do ataque, registrado recentemente.


Sindicato convoca ato público Para esta sexta-feira (19), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Estado do Rio Grande do Sul (Sindimetrô-RS) convocou dois atos públicos.


As manifestações estão marcadas para ocorrerem às 7h na Estação Esteio e às 17h na Estação Mercado, em Porto Alegre. Após o primeiro ato, o Sindimetrô deve se reunir com a diretoria da Trensurb às 8h30 na sede da empresa, na capital, para debater o tema da segurança nas estações.


“Vamos informar os usuários através de uma carta aberta o que está acontecendo com a segurança no Trensurb. Não é só o funcionário que está correndo riscos, os usuários também estão”, fala Clovis Nei Cardoso Pinheiro, vice-presidente do Sindimetrô-RS.


Pinheiro relata que, além dos sete roubos a estações de trem, foram registrados 16 assaltos ou tentativas de assalto a passageiros. Para ele, o número de 118 funcionários que atuam na segurança é insuficiente. “Destes, 16 estão em cargo de chefia. Então, sobram 102. Divide este número pelos três turnos e ainda as folgas e tu não vai ter 25 pessoas atuando. São 23 estações, e ainda tem as subestações de energia, as plataformas e as passarelas. Tinha que ter, no mínimo, 280 vigilantes”, calcula.


Aumento de assaltos motiva reunião Nesta quarta-feira (17), o aumento no número de assaltos nas estações de trem na Região Metropolitana de Porto Alegre motivou a realização de uma reunião entre as diretorias da Trensurb e do Sindimetrô-RS.


Na ocasião, o sindicato que representa os metroviários apresentou algumas propostas para buscar diminuir os assaltos. Entre elas, estão a liberação emergencial de horas extras para os vigilantes, a contratação de seguranças do banco de concursados, a blindagem das bilheterias e o cumprimento da determinação de que nenhum funcionário fique sozinho nas estações.


Segundo o vice-diretor do Sindimetrô-RS, é rotina funcionários atuarem sozinhos nas estações à noite e nos finais de semana e feriados. “É um crime, é desumano. Trabalhei muitos anos nas estações. É horrível ficar sozinho. Dá uma agonia, tu entra em parafuso”, relata Pinheiro.


Após a reunião, a Trensurb afirmou que deverá manter uma agenda de reuniões com representantes do sindicato, buscando avaliar medidas a serem tomadas.


Segurança operacional A Trensurb ressaltou, porém, que a segurança metroviária tem função operacional e não patrimonial, ou seja, são atividades de assistência aos usuários. A segurança nos trens conta com 118 empregados.


"É política da empresa, também, evitar a presença de vigilantes armados no metrô, a fim de reduzir a possibilidade de haver conflitos com tiroteio", explicou a empresa em nota.


A Trensurb informou ainda que compartilha, junto aos órgãos de segurança, tudo o que é captado no circuito fechado de TV. São 300 câmeras instaladas nas estações, que espelham imagens diretamente no Centro Integrado de Comando e Controle Regional; além de uma linha direta de comunicação entre a empresa metroviária e a Secretaria de Segurança Pública.


Existem, ainda, equipamentos nos 15 novos trens mas que, no entanto, ainda não têm imagens espelhadas.

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