Em seis meses, quatro contratos com o metrô de São Paulo são suspensos
- Notícias Ferroviárias
- 13 de fev. de 2016
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Linha 17 Ouro do Monotrilho, que deveria ter ficado pronta em 2012, é uma das que sofrem impactos de rompimentos de contrato
Serviços vão desde construção de Estações e linhas até Recarga de Bilhete Único e limpeza
Por Adamo Bazani | Blog Ponto de Ônibus
Em menos de seis meses, quatro contratos de obras ou prestação de serviços entre empresas e o metrô de São Paulo foram rompidos. De acordo com a Companhia do Metropolitano, todos por responsabilidade das empresas privadas, que não teriam cumprido os serviços.
Já as empresas apontam problemas em relação ao metrô.
Após a falta de limpeza em estações, plataformas e banheiros da linha 1 Azul, o metrô anunciou o rompimento do contrato com a Higilimp. A empresa foi contratada justamente para o asseio e limpeza dos espaços da linha.
Em janeiro deste ano, funcionários da mesma empresa cruzaram os braços alegando falta de pagamento referente ao mês de dezembro. O mesmo ocorreu agora sobre os vencimentos de janeiro. Na ocasião, a Higilimp responsabilizou os atrasos ao metrô. Segundo a empresa, a Companhia do Metropolitano não teria feito o pagamento referente ao mês de dezembro. O metrô disse que a situação tinha sido regularizada. Agora, nenhum representante da empresa foi localizado.
Ainda na primeira quinzena de janeiro deste ano de 2016, o metrô rompeu contrato com a Rede Ponto Certo, responsável pelas máquinas de recarga de Bilhete Único nas estações do metrô. A Rede Ponto Certo desligou os equipamentos de autoatendimento no início de dezembro, alegando que estava sem correção na remuneração desde 2011. O procedimento prejudica ainda hoje milhares de passageiros por dia que enfrentam grandes filas. De 61 estações do metrô, 15 ficaram sem nenhum equipamento deste tipo.
Já na segunda quinzena de janeiro deste ano, o metrô anunciou o rompimento do contrato com o consórcio das construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida, alegando atrasos e abandono de obras para construção de três das oito estações e de um pátio de manobras dos trens que deveriam estar em andamento da linha 17 Ouro do Monotrilho, que era prevista para ligar o aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, à região do Morumbi.
As empresas alegaram dificuldades financeiras.
Uma cláusula de contrato prevê que a linha 18 do monotrilho, que ainda nem começou a ser construída, só poderia ter as obras iniciadas quando o monotrilho da linha 17 estivesse funcionando. Assim, os atrasos no monotrilho da zona Sul atingem o cronograma da linha 18, prevista para ligar o ABC Paulista à Capital. O metrô não tem esta mesma interpretação da cláusula.
Em julho de 2015, o metrô anunciou outra rescisão de contrato, desta vez com o Consórcio Isolux Corsán-Corviam, responsável pela construção das estações Higienópolis/Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo/Morumbi e Vila Sônia, da linha 4 Amarela, de um pátio de manobra de trens e de um terminal de ônibus que seria integrado ao metrô.
De acordo com o consórcio Isolux-Corsán-Corviam, o metrô demorou 27 meses para entregar o projeto executivo das estações e liberar as licenças necessárias.
Ainda segundo o consórcio, relatórios vieram incompletos e com falhas na concepção do projeto do consórcio. O Isolux-Corsán-Corviam informou que enviou 99 correspondências relatando os problemas e não teve nenhuma solução.
Já o Governo do Estado de São Paulo diz que o consórcio não cumpriu sua responsabilidade e os cronogramas.
Em todos os casos, o metrô diz que já aplicou ou vai aplicar multas relativas às quebras de contratos e que estará contratando novas empresas. No caso do consórcio Isolux Corsán-Corviam, que diz que não houve rompimento de contrato pelo metrô e que a decisão partiu da iniciativa privada sobre a linha 4 Amarela, a multa é contestada na justiça.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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