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Chineses querem financiar ferrovia que atravessa o Brasil

  • Jornal Já
  • 10 de fev. de 2016
  • 3 min de leitura

Com mais de 5 mil quilômetros a Transoceânica corta a região que mais produz soja


Por conta do carnaval e da má vontade com tudo o que vem do governo, a imprensa não deu atenção à viagem de uma comitiva chinesa pela região onde passará a Ferrovia Transoceânica.


Projeto de R$ 30 bilhões, a ferrovia pretende ligar os dois oceanos, Pacífico e Atlântico, atravessando o Brasil. É considerada por muitos “uma quimera”.


Mas a verdade é que ele tem avançado, com rapidez para os padrões chineses.


Pacientes negociadores, os chineses trabalham sempre com projetos a longo prazo e dificilmente desistem no meio do caminho.


Agora, no início de fevereiro, foi dado mais um passo: três governadores – Pedro Taques, do Mato Grosso, Tião Viana, do Acre , Confúcio Moura, de de Rondônia – assinaram um protocolo de intenções para levar adiante o projeto em seus respectivos Estados.


Participaram do evento o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, e um grupo de 23 empresários chineses que percorreram as cidades que serão beneficiadas com a implantação da Ferrovia Transoceânica.


O protocolo é resultado de um acordo assinado pela presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, no último dia 19 de maio.

Foram 35 acordos, na verdade. Um deles prevê o estudo de viabilidade da Ferrovia Transoceânica.


A China quer aumentar os negócios na América Latina, e facilitar o acesso à produção brasileira, principalmente de soja, sem depender do Canal do Panamá, que tem forte influência dos Estados Unidos. Mas para se tornar realidade, o projeto tem que enfrentar desafios de engenharia, ambientais e políticos.


Em 2014, a China importou de Mato Grosso produtos no valor de US$ 4,9 bilhões, soja principalmente.


Brasil e Peru têm um sonho antigo de unir as costas dos Oceanos Pacífico e Atlântico. A China era o ingrediente que faltava para esse sonho se realizar.


Os presidentes do três países assinaram um memorando de entendimento, em julho de 2014, para construir a ferrovia transcontinental.


O acordo trilateral foi firmado entre os Ministério de Transportes e Comunicações do Peru, Ministério de Transportes do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e de Reforma da China.


Uma saída pelo Pacífico, aproximaria o Brasil da região com o crescimento mais rápido do planeta: a Ásia.

Para o Peru, facilitaria o transporte de produtos que chegam pelo Atlântico e de outros que são negociados com países do Cone Sul.


Para a China, haveria uma redução no custo de transporte da produção agrícola e mineral importada dos países latino-americanos. O cálculo inicial indica uma queda de US$ 30 no preço da tonelada de grãos exportada.


Entre as grandes commodities exportadas para China estariam a soja proveniente do Centro-Oeste e do Pará, no Brasil, e a rocha fosfática, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.


Este mineral é retirado da mina de Bayóvar, no deserto de Sechura no Peru, tido como um dos maiores depósitos na América do Sul com capacidade para 3,9 milhões de toneladas por ano.


A produção satisfaz, principalmente, a demanda de mercados do Brasil, América do Norte e Ásia.


Custo financeiro



O custo estimado de uma estrada de ferro de 5.300 km ligando Peru e Brasil, que levaria seis anos para ser construída, é da ordem de 10 bilhões de dólares.


O presidente da Associação de Empresas Chinesas no Peru (AECP), Gong Bencai, já anunciou que a China International Water & Electric Corporation (CWE) é uma das interessadas no projeto.


A CWE é uma subsidiária da China Three Gorges Corporation (CTE) e uma das maiores companhias do gigante asiático tendo experiência em obras de hidrelétricas, rodovias e ferrovias em mais de 30 países.


Segundo a VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa pública controlada pela União, a Ferrovia Transcontinental – sob a sigla EF-354 – foi planejada para ter aproximadamente 4.400 km de extensão em solo brasileiro, entre o Porto do Açu, no litoral do estado do Rio de Janeiro e a localidade de Boqueirão da Esperança (Acre).


Do lado peruano, o traçado ainda não está definido. Uma das propostas seria construir uma linha férrea transcontinental Brasil-Sul do Peru (Fetras) que uniria Madre de Dios, Cusco, Puno e Arequipa, no Peru, a Rondônia, no Brasil.

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