O fim da ferrovia no Estado de São Paulo
- Sindicato Sorocabana
- 5 de fev. de 2016
- 2 min de leitura

A Rumo ALL está destruindo um dos maiores patrimônios de São Paulo, a população assiste atônita a destruição de mais de 3.000 km de ferrovia. A delapidação do patrimônio público é feita a luz do dia e as vistas grossas daqueles que deveriam impedir a destruição da ferrovia.
É incontestável de que tudo que foi construído com sangue, suor e lágrimas, hoje amarga o seu desmantelamento, o sucateamento e destruição em prol do atendimento de interesses particulares.
A privatização e concessão da ferrovia foi feita com a promessa de modernização. Com a desculpa de que não era função do Estado, o transporte público foi entregue ao setor privado saindo do monopólio estatal para o monopólio privado. O que antes era instrumento de desenvolvimento para todas as regiões do Estado de São Paulo se tornou instrumento de especulação e lucratividade de poucos, para muito poucos.
E ainda existem aqueles que acreditam que a ferrovia poderia crescer. Apresentamos alguns números que comprovam de forma incontestável a tragédia causada pela Rumo ALL ao modal ferroviário paulista.

A Ferroban surgiu em 1999 com 4.236 km de ferrovia, todo traçado em operação transportava riquezas. Em dois anos de privatização, o Estado de São Paulo viu o transporte de passageiros de trem de longo percurso ser erradicado. Após 16 anos de destruição das ferrovias paulistas a Ferroban mudou de dono duas vezes sendo ALL – América Latina Logística e depois para Rumo ALL e o resultado é assustador: aproximadamente 2.400 km de ferrovia estão em estado de abandono, ou subaproveitado. Infelizmente, os números nos mostram que mais de 50% das ferrovias paulistas estão abandonadas.
Para aqueles que se assustaram pela destruição da ferrovia paulista causado pela Ferroban/ALL, se buscarmos algo mais amplo para o estado de São Paulo veremos a destruição da estrada de ferro Noroeste que teve todo o seu traçado jogado no lixo. Um total de 1.539 km tem as suas linhas férreas abandonadas, quando muito erradicadas sendo aproximadamente 600 km somente no estado de São Paulo. Para o estado, o prejuízo no que se refere a logística de transporte de cargas por vias férreas experimenta um retrocesso de mais de 50% do seu traçado ferroviário destruído, dos 7.000 km de outrora restam aproximadamente 3.400 km linhas ferroviárias em operação.
É sempre bom conhecermos o passado para entendermos o presente e nos prepararmos para o futuro. Um futuro negro para o modal ferroviário, onde prevemos que até o final da década teremos no estado de São Paulo apenas 3.000 km de ferrovia, se tivermos sorte.
As consequências para tal destruição são inquestionáveis e quase irreversíveis que, vão desde a falência de regiões paulistas, migração de empresas até o aumento do frete no estado, ou seja, o encarecimento do custo Brasil. A lei da oferta e da procura, quanto menor a oferta e maior a procura mais eu cobro nos meus serviços.
O caos no transporte no Estado de São Paulo ainda está por vir, a segregação de recursos no transporte ferroviário em algumas regiões significa um maior acumulo de caminhões nas estradas.
Quando o interesse privado se sobrepõe a necessidade pública, a primeira consequência é a miséria batendo às portas da população.
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