Setor ferroviário toma providências para seguir em segurança
- Agência Estado // Revista Ferroviária
- 4 de dez. de 2015
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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate, avalia que o resultado do PIB do Brasil no terceiro trimestre de 2015, de queda de 1,7% em relação ao segundo trimestre deste ano, e de recuo de 4,5% ante o mesmo período de 2014, é preocupante. Em entrevista ao Broadcast, o executivo destacou que, apesar de o setor ferroviário não ter registrado resultados ruins nos últimos anos, medidas específicas para o segmento e providências macroeconômicas precisam ser tomadas para que a indústria siga em níveis confortáveis.
"No ano passado, o setor ferroviário teve um resultado satisfatório, e esse ano estamos repetindo", disse Abate, destacando que o segmento trabalha com contratos assinados com um maior prazo de antecedência - de cerca de dois anos - o que faz com que as entregas de vagões de carga, locomotivas e carros de passageiros continuem em níveis elevados, apesar da desaceleração econômica.
"Em 2016, ainda temos a segurança de um resultado favorável, mas, em 2017, caso a situação não venha a melhorar, poderemos enfrentar problemas", disse o executivo. "No primeiro trimestre de 2016, diversos fatores precisam ser equacionados para que o País volte a crescer".
O presidente da Abifer destacou que, em relação ao setor ferroviário, é necessário que sejam retomados e acelerados os planos de expansão do transporte de passageiros sobre trilhos, de modo a gerar encomendas por vagões no curto prazo. "É necessária uma aceleração nesse processo até o primeiro semestre de 2016 ou 2017 estará comprometido".
Na área de cargas, Abate afirma que é necessário destravar a realização dos leilões de ferrovias no âmbito da segunda fase do Programa de Investimentos em Logística (PIL2), expandindo a malha. "Entendemos que no primeiro semestre do ano que vem temos que ter pelo menos um projeto já em leilão", disse. O executivo ainda destaca que, no segmento de cargas, é necessário tratar das renovações antecipadas de concessões ferroviárias, de modo que as atuais concessionárias possam realizar investimentos e trabalhar com uma visão de longo prazo.
"Essas medidas no setor ferroviário, se atendidas, vão contribuir para que o PIB não decresça tanto já no ano que vem", disse. "Não estamos contentes. Os resultados têm sido satisfatórios, mas há preocupação. Precisamos de medidas pensando em 2016 e depois".
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