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Turismo Ferroviário: Rota clássica, trens modernizados — Belo Horizonte (MG) → Vitória (ES)

  • ViajeAqui.abril.com.br
  • 2 de dez. de 2015
  • 2 min de leitura

Passageiros espiam a imensidão lá de fora | Foto: Fernando Martinho/revista Viagem e Turismo


Entre cotoveladas de crianças eufóricas e pedidos para tirar fotos de famílias inteiras com malas de rodinhas nas mãos, desisto de ter pressa. Às 6h30, uma hora antes do embarque em Belo Horizonte, o bafafá nas catracas já é grande. "Por que está tão cheio?", pergunto a um funcionário. "É que chegaram os novos vagões, todos com ar-condicionado. Agora todo mundo quer andar de trem."


Vindos da Romênia, os 56 novos vagões começaram a rodar no último dia 5 de agosto. Operada pela Vale, a Estrada de Ferro Vitória a Minas, concluída em 1907, é o único trem diário de passageiros do Brasil – cada perna com 664 quilômetros. Só em 2013 cerca de 1 milhão de pessoas viajaram pela EFVM. A tendência, com o tal ar-condicionado e outras modernidades, é o bafafá crescer ainda mais. Cada vagão abriga quatro câmeras de segurança que tranquiliza quem quer andar pra-lá-e-pra-cá sem ficar neurótico com as malas.


O primeiro pit stop é em Barão de Cocais, município próximo da Serra do Caraça, de onde saem trilhas para cachoeiras. A partir daí, o entra e sai de passageiros se repete 28 vezes. O movimento é tão intenso que complica o embalo do sono, assim como os atrativos da janela: ameace fechar os olhos que logo aparece uma coleção de bromélias, além de muitos vagões de minério no sentido contrário. São muitos mesmo: ao todo, eles transportam 37% da carga ferroviária do país. Por volta do meio-dia, o ferromoço (o comissário de bordo do trem) passa gritando “Marmitex!”, e por R$ 17 arrematei um estrogonofe, dentro de um isopor, bem no padrão “comida de avião”. Dica: no vagão-restaurante, a mesma refeição vem num prato. Vale a pena levantar.


Duas horas depois o Rio Doce aparecia, indicando a proximidade de Governador Valadares, metade do percurso. A fim de conferir a antropologia local, gastei sete minutos cruzando os vagões, do A ao M, transpondo portas que se abriam magicamente ao toque de um botão. Vi um pastor, munido de Bíblia, pregando em alto e bom som para uma infnidade de gente entretida com os celulares.


Depois de muitos pães de queijo crocantes, paisagens verdes ad infnitum e de estações que mais parecem estar no meio do nada, rochas enormes brotam de um lago cristalino, antes da divisa com o Espírito Santo. Foram dez minutos de pura contemplação, até a noite cair. Eram 20h32 quando desci na estação Pedro Nolasco, em Cariacica, a dez minutos de Vitória. Por mais confortável que seja o trem, a viagem é... longa. Treze horas. Mas, se não houver pressa, não existe transporte melhor – nem mais barato – para ir de BH a Vitória

 
 
 

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